O sol já estava brilhando quando acordamos. Na verdade, bem antes das seis da manhã. Vovó já havia tomado café e estava no quarto dos segredos. É o único quarto da casa no qual criança não pode entrar sem permissão. Fica quase sempre fechado à chave e lá dentro tem muitas coisas velhas e empoeiradas, além do baú ... Quando passei no corredor a caminho da cozinha, vi que ela tirando alguma coisa lá do fundo do velho baú. Como estava faminta, não quis parar para ver o que era, mas assim que tomei o meu café da manhã chamei minhas primas e fomos até o quarto dos segredos.
Não tivemos muita sorte, vovó já havia fechado a porta e nenhuma de nós teve coragem de perguntá-la o que havia feito por lá. Muito curiosas saímos conversando sobre o que poderia ser e fomos apanhar uns gravetos secos para Zefa usar no fogão. Aproveitamos e catamos também alguns cajuzinhos maduros.
Quando nos aproximamos da porta da cozinha para deixar os gravetos, Zinha olhou para cima e viu em uma das janelas uma caixa decorada com tecido de bolinhas. Fez um sinal para que todas nós olhássemos.
Entramos para dentro da casa, percorremos todos os quartos e não achamos a caixa. Foi aí que lembramos do quarto dos segredos e do mistério da vovó logo cedo. Percebendo nossa agitação vovó aproximou-se e disse:
- Já sei! Vocês estão curiosas para saber o que tem na caixa que coloquei na janela, não é?
Nosso sorriso denunciou a intenção. Vovó abriu a porta e nos mostrou a caixa cheirando a mofo que ela havia colocado na janela para tomar sol. Dentro da caixa alguns chapéus que foram usados por ela quando ainda era uma mocinha! Como são lindos! Como eram elegantes as mulheres daquele tempo!
2 comentários:
Anabela, consegui entrar no conto como se estivesse ali também vendo a vovó no qto dos segredos, história leve e cativante, bjs.
Olá Anabela
Lindíssimo este conto. Mas valeu a curiosidade
de saber o que havia na caixa. lindos os chapéus.
Obrigado minha amiga pela visita e comentário.
Beijos
Alvaro
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