Esse blog é uma homenagem às minhas avós, às avós do meu filho e a todas as mulheres que tem a doce experiência de serem avós. Acredito que no âmbito familiar poucas coisas são tão saudáveis quanto o estar na casa da vovó, desfutar de sua companhia, de seus quitutes e fazer descobertas diárias sobre o mistério que envolve a distãncia entre as coisas do tempo da vovó e a nossa vida cotidiana, principalmente quando somos crianças.

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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

NA LATA! Dias que voam e não voltam jamais...


by revista artesanato
Hoje acordei um tanto quanto nostálgica, se bem que para mim não é coisa anormal ... rsrsrsrs O baú da vovó nesta sexta é especial, porque não trago aqui objetos, mas divido com vocês um pouco das muitas lembranças que me restam na memória.
Lembrei-me de como nossas avós, mães e tias, praticavam uma jardinagem saudável, sem agredir a natureza com o acúmulo de materiais plásticos. Cultivavam suas plantas aproveitando as latas vazias de óleo, azeite, cereais, leite em pó e tantas outras.
Assim, diminuíam o lixo, deixavam a casa ornamentada com belas plantas e mesmo que de forma inconsciente, ajudavam a preservar o meio ambiente.
Lembro-me que era muito simples a técnica: após estar vazia, a embalagem era limpa e parcialmente cortada ou aberta na borda e às vezes do lado. No fundo faziam furinhos para a drenagem da água e, próximo à borda da lata fazia-se um ou dois furos para prender o vaso na parede com pregos. Isso para as latas pequenas, pois as outras eram depositadas no chão e se fosse na varanda, valia até pintar ou cobrir a lata com uma folha de papel de presente bem bonita.Quando vinha a ferrugem, trocava-se a lata e pronto!
Veio-me à memória as mudas de dinheiro em penca, plantadas em latas de óleo de soja ou azeite nas quais a planta ia crescendo em forma de cascata. Como ficavam lindas!!!
Na casa de minha avó materna, as folhagens plantadas em latas de 20 litros forradas com papel presente ou pintadas com tinta a óleo, combinavam muito bem com o chão de piso vermelho, o "vermelhão" do alpendre, que muitas vezes ajudei a dar-lhe brilho após a aplicação da cera branca misturada ao pó xadrez vermelho.
Ah! Dias que voam e não voltam mais! Agora, até as embalagens de latas tornaram-se escassas. Tudo é feito de plástico ou qualquer similar material sintético. 








segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

As margaridas da vovó





Hoje, depois que chegamos da escola, sentamos na sombra do pé de manacá e ficamos olhando as margaridas do jardim da vovó. Coitadinhas ... todas bem murchinhas debaixo do sol quente. Nem parecem irmãs daquelas belezuras que Zefa colheu e colocou no vaso de vidro para enfeitar a mesa da sala. Essas sim, estão todas cheias de vida!
Vovó nos explicou que flores precisam de sol, mas quando há em excesso elas se sentem prejudicadas. Ela nos tranquilizou quando percebeu que estávamos com o coração doendo de dó das margaridas. Disse que bastaria o sol se econder para elas ficarem vigorosas outra vez. Acreditamos e ficamos esperando o tempo passar ...

As Margaridas são flores belíssimas e fáceis de serem cultivadas em diversos tipos de solos, exceto em terrenos muito úmidos. Adoram o sol,  florescem no verão e no outono. As nossas possuem pétalas brancas e  o miolo amarelo. 
Conta a lenda que,  na idade média surgiu uma brincadeira com o nome de "bem- me- quer ou mal- me- quer", conhecida e praticada até os dias de hoje. Esa brincadeira consiste em desfolhar a margarida pétala a pétala para saber se o seu amor ainda lhe quer, quando a flor estiver totalmente desfolhada a última pétala é que será a resposta se ou seu amor:  ”Mal-me quer” ou “Bem-me-quer”.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O livro de receitas da vovó

by temperandoavida

Hoje vovó tirou do baú um caderno muito empoeirado e com folhas amareladas. Ficou em silêncio lendo e passando as páginas. Aproximei-me com jeitinho e quis saber o que era. Vovó me contou que é um livro de receitas que ganhou de presente de casamento da sua avó materna. Nele está a receita original do doce Mãe Benta, do jeito que se fazia quando ela era criança. Sempre que tem festa na família ela faz esses docinhos para nós. São uma delícia!!!
by o globo



by rua dos dias que passam
Clique na imagem para ler
 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Maria Cheira Pó

UM SÁBADO AZUL, blogagem coletiva proposta http://tinadiassonharerealizar.blogspot.com/

Flick, Renata Sá.
Logo cedo ela surgiu descendo o caminho do curral, com passos largos e cabeça erguida. Trazia debaixo do braço direito uma galinha vistosa e bastante inquieta. No ombro esquerdo tinha dependurada uma capanga grande, com a alça amarrada em nó e bastante empoeirada. Cheia de poeira também estava suas precatas e a barra da saia muito comprida, como só ela gosta de usar. Era Maria cheira pó, chegando para visitar vovó. Estávamos sentados no banco do alpendre. Quando a avistamos vovó logo caminhou para o portão para recebê-la.
- Dia, Teteca!
- Bom dia, Maria! Como vai?
- Eu vou indo. Sabe como é, na nossa idade é uma dor aqui, uma queimação ali e Deus é que dá força pra gente ir vivendo.
- Vamos entrar. Senta e descansa um pouquinho. Quer uma água?
- Aceito uma caneca d'água sim.
Quando Zefa trouxe a água,  Maria percebeu que estava na sala com a galinha debaixo do braço. Meio sem graça, entregou a bichinha para vovó e disse que era um presente. Tirou de dentro da capanga algumas dezenas de ovos azuis, dizendo que juntou para trazer com a galinha e daí, só faltava vovó colocar para chocar.
Essa galinha que bota ovos azuis é rara por aqui, todos nós queríamos ver os ovos e custamos a esperar Maria ir embora. É que vovó não gosta de criança  fuxicando com as visitas e muito menos bisbilhotando o que ela ganha das amigas.
Depois de muito conversar, Maria tomou café com biscoitos e broa. Quando levantou-se para ir embora, antes de se despedir, tirou do bolso da saia uma latinha de pó, abriu, mergulhou as pontas dos dedos e aspirou nariz a dentro. Deu alguns espirros. E nós não conseguimos ficar sem dar umas boas risadas...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vovó está com saudades de vocês ...

Sejam benvindos! Entrem , sentem e tomem um cafezinho com a vovó. No bule azul tem café com açúcar e no bule branco, café forte e amargo. Está tudo bem quentinho. Experimentem também essa rosquinha de amendoim. Receita da avó da vovó.





by silvacosta








Viu como vovó ficou feliz com a sua visita? Volte sempre!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

E assim aconteceu ...

Foto by   espiritodeescritora

Brincávamos de casinha lá no fundo do quintal. Eu, Renatinha, Milu e Ruzara, filha de Zefa. Arrumamos nosso fogãozinho e fizemos comidinha feito gente grande. Quando cansamos das panelinhas e das bonecas resolvemos chamar os meninos que estavam pescando no Córrego Fundo, para uma rodada de pique-esconde.
Eles deixaram as varas em espera e começamos com a correria. Pique-esconde pra cá, pique-esconde pra lá, levantando poeira no terreiro e assustando patos e galinhas que circulam de um lado para o outro. Entre eles uma galinha carijó com vinte e dois pintinhos.
Ruzara gostou de um ,  bem amarelinho, com uns poucos penugens avermelhados. Numa das andanças da galinha pelo quintal , enquanto ela estava escondida debaixo da moita de nhame, Ruzara pegou o pintinho e o levou de mansinho junto ao rosto para acariciá-lo... O pintinhoo piou bem alto. Num ímpeto, a galinha virou para trás e saiu em disparada na direção da menina. Ruzara saiu correndo e a galinha enlouquecida atrás dela.
Nós disparamos a rir, até vovó que estava cochilando na rede ficou em alerta e caiu na risada. Ruzara corria e segurava o bichinho, até que Zefa gritou bem para ela largar o pintinho que a galinha iria deixá-la em paz. E assim aconteceu.