Esse blog é uma homenagem às minhas avós, às avós do meu filho e a todas as mulheres que tem a doce experiência de serem avós. Acredito que no âmbito familiar poucas coisas são tão saudáveis quanto o estar na casa da vovó, desfutar de sua companhia, de seus quitutes e fazer descobertas diárias sobre o mistério que envolve a distãncia entre as coisas do tempo da vovó e a nossa vida cotidiana, principalmente quando somos crianças.

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma cobra no pé de limão



Depois do almoço sempre arrumamos uma brincadeira mais leve para nossa diversão. Hoje,decidimos ir pescar na lagoa da porta da cozinha, logo abaixo do laranjal. Eu não gosto de ficar perto dos que conversam demais, espantam os peixes e depois reclamam que eles não chegam na ísca. Atravessei a pinguela do bambuzal e fiquei bem quietinha debaixo de uma mangueira. Quase todos estavam pescando.
Vovó preferiu ficar na rede descansando e conversando com Zefa. Os capinadores que ela chamou para tirar o mato que cresceu com a chuva,estavam espalhados em volta da casa limpando tudo que viam. De repente um grito:
-Cobra! Socorro! Socorro!
Todos olhamos assustados, mas olhamos primeiro ao nosso redor. Sabe como é ... aquela sensação de que o perigo está ao lado ... Segundos depois, avistei Renatinha se sacudindo e apontando para o pé de limão. um limoeiro tão pequenininho que de longe deu para avistar a cobra toda enrolada nos finos galhos. Alguém disse aos gritos:
- Fica bem quietinha que eu vou até aí.
Renatinha saculejando gritou novamente:
- Aaaaaaah! Ela tá pondo a língua para fora!
Nesse instante ouvimos um barulho. Era Zé das Moças, um dos homens que estava capinando o quintal. Ele deu uma foiçada na cobra e esmagou a cabeça da bicha com a enxada. Aí, saiu gente de todos os cantos. Todos que estavam na casa da vovó queriam ver a cobra morta. Eu também corri porque não podia ficar sem ter a certeza de que haviam matado o terror daquele dia.
Os homens mediram o comprimento dela. Uma jararacuçu com nada menos do que 2,10 m, de cor cinza bem  escura e com manchas amarelas. Foi um susto!!! E o pior disso tudo é que depois de vê-la morta, Marcelo e Zé Luís, que antes correram para bem longe sem ajudar a salvar a Renatinha, começaram a desfilar com a comprida      exibindo-a como se tivessem tido tal bravura! Vê se pode uma coisas dessas?

2 comentários:

Leci Irene disse...

Menina, estou amando visitar a casa da vovó! Me faz lembrar fatos da época em que nós passávamos as férias na casa da nossa vó!!!!!!!!!!!!

msgteresa disse...

Oi,Anabela!
Lembrei das estórias de cobras que a minha sogra gosta de contar (Rs...). Segundo ela, já matou pra lá de umas 8 cobras (inclusive uma jararacuçu! Uma delas, ela disse que matou com um guarda-chuva! (Rs...) Acho que ela, com seus 81 anos de idade ,seria uma grande amiga da vovó...O que ela tem de estórias pra contar,o povo nem imagina! (Rs...)
Gostei muito da tua estória!

Beijo no teu coração!
Teresa